IN MEMORIAM * Na morte de um Amigo

Hoje,

morreu um homem bom. Ficou mais pobre a Vida.

Indiferente à dor e ao luto, o sol de Agosto

requeima ainda mais a minha tez curtida

e deixa-me em cristais de sal o meu desgosto.

Hoje,

apenas o silêncio eu quero por conforto.

Silêncio e nada mais. A noite vem aí,

vestindo devagar este vazio morto

de sombras e pesar. Inútil, fico aqui.

Hoje,

mais uma vez enfrento inerme o desenlace

e tudo em derredor doendo se esboroa.

O efémero é agora a vida sem disfarce:

um Ícaro a sonhar que sobe ao céu e voa!

José-Augusto de Carvalho

Lisboa, 23 de Agosto de 2012.

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 23/08/2012
Reeditado em 29/12/2018
Código do texto: T3845758
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