Corpo Terrestre
Luz diáfana no quarto
Cabeça pendendo para o lado
Lentamente, como a Terra
Cansada de tanta guerra
Ouvidos cheios de areia molhada
Nariz entupido de gás lacrimogêneo
Olhos marejados de água salgada
Machucados tectônicos cheirando a arsênico
Sentimentos bélicos no mundo hipócrita, cego
Tufões de ódio, ventania de tédio
Maremoto de mídia
Intoxicando o cérebro
Toda a parafernalha tecnológica existe
Entulho de informações
Consumistas afoitos e foliões
Me deixando triste
Ainda assim, permite-se fé
Que ilumina a alma e o espírito
Mendiguemos amor nas ruas a pé
No bolso, o Santo Expedito
E eu abro as janelas da realidade
Vejo que o mundo não é bom nem ruim
É apenas o mundo
Esperando pelo fim
- Poema Premiado (Primeiro Lugar) na categoria Juvenil do Concurso de Crônicas e Poemas da Academia de Letras e Ofícios de São Vicente -