ESCONDE, ESCONDE!
BILLY BRASIL – 12-08-2012 – 03,35 HS – DOMINGO - PQI-SBC-SP
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O ultimo a chegar é mulher do padre.
Ora era apenas eu e Marianinha.
Como diria joga pra cima o tomate.
Se latir é uma cachorrinha.
Nossa que coisa mais imbecil.
Parece escrita sem inspiração.
Aqueles nós a meio fio.
Sem ponteios, sem direção, ou tesão.

Toda tarde brincava de esconde, esconde.
Mandava correr, mão no rosto pra não ver.
Afinal onde será que ela está? Na fonte?
Durante tempos ela foi meu bem querer.
Coisa de criança, quase juvenil adolescente.
Lembrança, ainda presente.
Se pudesse mudar nosso destino.
Primeiro não cresceria, ficaria sempre menino.
Segundo pediria a mão dela em casamento.
Nossa felicidade seria cem por cento.
A vida brinca de esconde com a gente.

Tudo que planejamos, some, ou fica doente.
Veja bem me casei com a Eulália.
Aquela menina chata que gostava da tropicália.
Marianinha casou-se com Xandão.
O amor, a quem entregou seu coração.
Diz o poeta Chico Buarque, vivo até remoçando.
Sem mais nem porquê. Vivo nas águas remando.
Talvez assim, me salte uma fada querida.
Arrebate minha inútil e miserável vida.
Pra contar um feliz final de história.
Daqueles que não saem de nossa memória.
Um dia você não achará graça de nada.
E perderá no suor do rosto, o sal, na mata.
As idas e vindas são paridas na mente.
Pra que um dia a gente se encare de frente.

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