Teus olhos
Por cima e acima da minha pele,
recém-rasgada, pelo pulo ao trampolim
me estendes teu véu de lua
molhada no declínio do orvalho, deixando-me assim...
Ai! esses teus olhos negros,
belos olhos negros, como a vastidão da noite!
Assaz me farto, cobrindo-me, deste lençol rendado
a lua enciumada, ferindo-me de açoites
Ainda que nesta noite,
estrelada, esburacada, remendada
como colcha de retalhos, tão somente
então só nossa já pintada
Soem perguntas ás árvores
que sombreiam alamedas e desejos
a largura, o comprimento e a altura
do arco-íris e as cores em despejos
Soltando da ânsia os gritos
de calabouços e ferrolhos, o brado da garganta que agoniza
ao galanteio das folhas e árvores passantes
quando passa a donzela que em clausuras me escraviza...
Por cima e acima da minha pele,
recém-rasgada, pelo pulo ao trampolim
me estendes teu véu de lua
molhada no declínio do orvalho, deixando-me assim...
Ai! esses teus olhos negros,
belos olhos negros, como a vastidão da noite!
Assaz me farto, cobrindo-me, deste lençol rendado
a lua enciumada, ferindo-me de açoites
Ainda que nesta noite,
estrelada, esburacada, remendada
como colcha de retalhos, tão somente
então só nossa já pintada
Soem perguntas ás árvores
que sombreiam alamedas e desejos
a largura, o comprimento e a altura
do arco-íris e as cores em despejos
Soltando da ânsia os gritos
de calabouços e ferrolhos, o brado da garganta que agoniza
ao galanteio das folhas e árvores passantes
quando passa a donzela que em clausuras me escraviza...