AGENDA
Outro sonho assim. Uma tarde turística, recorrente.
Consulto uma agenda, de novo as indicações me parecem referências e as referências exposições que jazem nos olhos perante qualquer apontamento diário. Ficava alucinado, o que passou com as marcas da brevidade e quase se perdeu.
Porque fui testemunha do que vi entre símbolos, a narração de um verão de céu límpido e rubro - para ser mais que um relâmpago na memória circular. E muito ainda por ler em cada agenda real,
como se a vida de alguém fosse recitada por anónimos ao fundo de um café da Europa.
Entrava-se pelo sonho, imaginava um percurso com as pálpebras abertas, imaginava um percurso, a bússola apontava mais para norte uma pátria sobre cristais,
aquele tempo da morte sempre adiada quando o horário da partida era um silvo nas gares do infinito.
Trondheim, Noruega.