PALAVRAS SEM RAZÃO DE SER

Perdoe-me a falta de aprumo

Mas tenho perdido tanto o sono

Que já nem sei retomar o rumo

Da minha esbelteza de outrora.

É que tem chovido tanto lá fora

E tudo tem feito tanta barulhera

Pela madrugada a fora

Que já não encontro o caminho da esteira.

E por isso é que ando com o corpo tonto

Por não poder pregar os olhos

Tamanho é o estrondo que o silêncio faz

E que a saudade traz.

Só não esperem que eu fale mais

Já ando com a língua tão cansada, como tudo

E seria demasiada bonança trazer-lhes mais motivos para a minha insonia

Só venho dar-lhes prestança

Para a mudez dos versos, e o silêncio dos passos que não andam

Venho por caridade

Satisfazer-lhe a curiosidade

Do porque tenho andando tão ausente.

Posto isto

Esta bem dito o que não se diz

E saciada ( pelo menos para mim)

O seu desejo displicente

De saber como anda o meu inverno.

Até mais...

-Andando pela rua sozinho as 3 da manhã :

O fato é que tenho carregado um inferno no peito

E tudo me queima, olhos, boca, corpo e cabeça.

É que tive me apegado de mais a você

E agora que você não permanece

Tenho medo de dormir

E descobrir que me enganei num outro sonho.

_ e sussurrando diz Bernardo:

Mas eu sei que você nunca fora...

Nunca esteve aqui.

Bernardo Cruz
Enviado por Bernardo Cruz em 22/08/2012
Código do texto: T3843204
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