PALAVRAS SEM RAZÃO DE SER
Perdoe-me a falta de aprumo
Mas tenho perdido tanto o sono
Que já nem sei retomar o rumo
Da minha esbelteza de outrora.
É que tem chovido tanto lá fora
E tudo tem feito tanta barulhera
Pela madrugada a fora
Que já não encontro o caminho da esteira.
E por isso é que ando com o corpo tonto
Por não poder pregar os olhos
Tamanho é o estrondo que o silêncio faz
E que a saudade traz.
Só não esperem que eu fale mais
Já ando com a língua tão cansada, como tudo
E seria demasiada bonança trazer-lhes mais motivos para a minha insonia
Só venho dar-lhes prestança
Para a mudez dos versos, e o silêncio dos passos que não andam
Venho por caridade
Satisfazer-lhe a curiosidade
Do porque tenho andando tão ausente.
Posto isto
Esta bem dito o que não se diz
E saciada ( pelo menos para mim)
O seu desejo displicente
De saber como anda o meu inverno.
Até mais...
-Andando pela rua sozinho as 3 da manhã :
O fato é que tenho carregado um inferno no peito
E tudo me queima, olhos, boca, corpo e cabeça.
É que tive me apegado de mais a você
E agora que você não permanece
Tenho medo de dormir
E descobrir que me enganei num outro sonho.
_ e sussurrando diz Bernardo:
Mas eu sei que você nunca fora...
Nunca esteve aqui.