EU E OS MEUS DESERTOS
Meus sonhos andam pelos meus desertos
Como, peregrinos eternos,
Em lombos de camelos encantos!
E a caravana,em busca do teu amor.
Entre sois, areias e ventos, vencendo a dor
Do sempre e sempre esperar
No vácuo da tua ausência.
Porém, o olhar para nada... cansa!
E ao conduzir para o oriente, minha caravana,
Vou, assim como fizeram os Reis Magos
Que foram pela estrela da esperança, guiados.
E, entre o sol escaldante e dunas de areia
Hei de encontrar-te, algum dia,com certeza,
Na porta, de uma Mesquita ou de uma Igreja
Com uma jarra d'água colhida
Na fonte do amor da minha vida!
Um dia, com certeza, esta saudade
Transformar-se-a, em luzes de felicidade
E, no oasis bendito, dos teus braços,
A sombra abençoada da tua tenda,
Hei de repousar, o meu cansaço
No doce, aconchego dos teus braços!
( Comarca de Bananeiras, fevereiro de 1973)