Encalacrados!

Fugas para uma míngua de farsa,

Da fala mais prosaica, legados,

Tolhe a vez pelas beiras absurdas,

Reviravoltas clandestinas no ato,

Cheiro de garoa vindo da serra,

Tempo tornado uma brisa sem fim,

Afaga em frios beijos o traço alheio,

Respostas em travessas mal servidas,

Encosto tirando do sério as costas,

Mira pela hora passante sem destino,

Faz para que cada espera eternize,

Sem colher um fruto mais apropriado,

Delito para atitudes impensadas além,

Alguém pode vir pela rua subindo a noite,

Tijolo mais aparente corta feito navalha,

Para o gasto o prazo de validade,

Encenações distorcendo qualquer verdade,

De nada adianta a lágrima agora,

Vazou a caricatura sem ter uma pintura,

Bolhas nos dedos com tantas folhas em branco,

Lamentando o peso do cigarro tão acesso,

Faltam braços para aparar quem a escada sobe,

Toca mais um rock pela rádio festiva,

Festival & abacaxi para degustar ainda,

Copos semicerrados abrindo os olhos avulsos,

Cratera americana engolida pelas águas,

Nada está sobrando nos arranjos propostos,

Alguma vingança malfadada em estribilhos,

Socando rimas escassas pelo meio do trilho,

Faltam acentos, faltam tônicas & advérbios,

Compostura foi para o chão com a falha atual,

Atuantes de uma cine-visão diletante, anárquica,

Autorias profanadas como tumbas em desfiles,

O roto para o esfarrapado gerando outra rota,

Mais um cigarro acesso, cai o olho tão parado,

Bravatas escutadas na noite anterior, sacolas,

Noite mal dormida sem a cria sair em boa forma,

Os Cantos estão tão difíceis de bem entender,

Muito tem que pedalar ainda para compreender,

A mistura que pela língua foi escrita, quase falando,

Cai a serração pela praça acolhida sem distinção,

Olhares mais distantes vigiam qualquer aproximação,

Telefone tão mudo como o silêncio gritado,

Um uivo pela hora que ainda tem que esperar,

Sôfrego, o peito dilata esperando o dia seguinte,

Mais sorte se não faltar sorte pelos estreitos,

Correria que vai acabando & atacando o espaço,

Mira a noite próxima com a solidão ao lado!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 17/02/2007
Reeditado em 05/03/2007
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