Milagre

Preciso recontar os problemas,

Rasgar o invólucro de carnalidade

Destruir esses meus dilemas,

Por esta existência em fatalidade

Estive preso em meu passado,

Com a sanidade gemendo em dor,

Um escravo ao alicerce amarrado,

Esquecido dentro da ilusão e amor

Dentro de mim todos os conflitos,

Refletem a minha dualidade,

São os demônios esses malditos

Controlando a individualidade!

Qual a escolha que é a certa,

Em que caminho devo prosseguir,

Onde estaria a questão correta

Por onde poderia eu sozinho ir?

Preciso de uma vida de milagre

Matar o ódio que é mudo,

Transformar feridas em vinagre

E ver por detrás de tudo

Vejo dentro essas cicatrizes,

As lembranças de velhos fatos,

A tristeza e os seus matizes

Nas fotografias e dos retratos!

Pessoas que estavam no passado

Retornam ao meu presente,

Fazendo-me ser senão crucificado

Mesmo sendo eu inocente!

Porque essa culpa que dilacera,

Todos os erros foram meus?

Queima meus dedos como vela

Onde estão agora os seus?

Não espere sequer uma ajuda,

Uma mão amiga estendida,

Toda palavra se torna muda

Quando se trata da sua vida!

Preciso de uma vida de milagre

Secar as dores de compostura,

Transformar lágrima em vinagre

E enxergar a minha real cura!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 21/08/2012
Código do texto: T3840842
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