Milagre
Preciso recontar os problemas,
Rasgar o invólucro de carnalidade
Destruir esses meus dilemas,
Por esta existência em fatalidade
Estive preso em meu passado,
Com a sanidade gemendo em dor,
Um escravo ao alicerce amarrado,
Esquecido dentro da ilusão e amor
Dentro de mim todos os conflitos,
Refletem a minha dualidade,
São os demônios esses malditos
Controlando a individualidade!
Qual a escolha que é a certa,
Em que caminho devo prosseguir,
Onde estaria a questão correta
Por onde poderia eu sozinho ir?
Preciso de uma vida de milagre
Matar o ódio que é mudo,
Transformar feridas em vinagre
E ver por detrás de tudo
Vejo dentro essas cicatrizes,
As lembranças de velhos fatos,
A tristeza e os seus matizes
Nas fotografias e dos retratos!
Pessoas que estavam no passado
Retornam ao meu presente,
Fazendo-me ser senão crucificado
Mesmo sendo eu inocente!
Porque essa culpa que dilacera,
Todos os erros foram meus?
Queima meus dedos como vela
Onde estão agora os seus?
Não espere sequer uma ajuda,
Uma mão amiga estendida,
Toda palavra se torna muda
Quando se trata da sua vida!
Preciso de uma vida de milagre
Secar as dores de compostura,
Transformar lágrima em vinagre
E enxergar a minha real cura!