Pássaro Azul
Pousou no portão.
De onde vinha, SUL
Não se acanhou
(Era senhor de si)
permaneceu.
Parecia, ao longe, simples pardal.
Permitiu desbravar todo o canal:
parede e muro como limites.
Tudo era cinza:
do frio, da bruma, do inverno
(A cerejeira, rosa – suavizava tanto chumbo)
Ele, o pássaro, coloriu abrindo as asas
mostrando que o dia seria especial.
Era canoro.
Pássaro Azul.
A cor contrastava trazendo
as palavras como brasas:
tocou a boca da razão
selando a emoção.
Fez-se Poesia.
Leonardo Lisbôa, 17/08/2012