MASTRO CAÍDO
Teu barco avança
Mas não alcança
Caminhos à frente.
Calmaria faz-se no leito
Do rio. Mas não há jeito,
Estás descontente.
A nave é boa,
Sem avaria na proa
Ou na porção descendente.
Consultas o céu:
Nem sombra de véu,
Encobrindo o grande astro.
Esforço deságua em suor,
Eis que se desvenda o pior:
Impedimento é no mastro.
Decide! Muda agora de lancha
Quiçá imprevista voragem
Fará prosseguir-se a viagem
E tudo enfim se deslancha?
Esta outra nave é atrativa,
Em sendo novidade, convidativa,
Tonificante para o timoneiro
Pois dele não requer excedente de energia
Para fomentar a voluptuosa alegria.
Visão de novo cenário o torna deveras fagueiro.