MASTRO CAÍDO

Teu barco avança

Mas não alcança

Caminhos à frente.

Calmaria faz-se no leito

Do rio. Mas não há jeito,

Estás descontente.

A nave é boa,

Sem avaria na proa

Ou na porção descendente.

Consultas o céu:

Nem sombra de véu,

Encobrindo o grande astro.

Esforço deságua em suor,

Eis que se desvenda o pior:

Impedimento é no mastro.

Decide! Muda agora de lancha

Quiçá imprevista voragem

Fará prosseguir-se a viagem

E tudo enfim se deslancha?

Esta outra nave é atrativa,

Em sendo novidade, convidativa,

Tonificante para o timoneiro

Pois dele não requer excedente de energia

Para fomentar a voluptuosa alegria.

Visão de novo cenário o torna deveras fagueiro.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 20/08/2012
Reeditado em 21/08/2012
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