MEIO

Hoje, abatido pela dor,
dei crédito à loucura
e saí à tua procura.
Dispensei o terapeuta,
o diazepan e a segurança.
Garrafa de vinho na sacola,
ultrapassei as esquinas do equador.
Fui meio criança,
um tanto de sábio, incerteza
pois. Um pedaço de verso,
perdido no vazio do universo,
prá nada dando bola,
que os tolos são a esperança
dos poetas e dos otimistas.
No mínimo, organizam a crença
dos autistas.
Fui honesto e menti,
fui vontade e desisti.
Fui assim, meio todo mundo.
Meio profundo.
Meio resto
da tua ausência.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 20/08/2012
Reeditado em 20/08/2012
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