Envelopes
Cartas.
Óh! Tristes muralhas
que teimam em acusar-me o dolo
Contra ti imposto
Por mero e vil prazer
Quisera eu diminuir minha pena
Ao oferecer-te versos num poema
Poupar-te do sofrer
Mas minhas mãos sangrentas
Em ti a dor só faz crescer
Por já não creres que haja
Nelas, lealdade ou alma
Minhas cartas já não lês
Seu coração não mais se compadece
O envelope envelhece
E os teus olhos tão sofridos, tão certeiros
Deixam os meu perdão perdido
e os meu sonho fenecer.
Cristhina Rangel.