Submundo
Não se ouve janelas, nem portas nem céus.
Não se vê vozes, nem músicas nem sons.
O abismo que aponta o incerto, o mistério.
“O que há ao fundo da escuridão?”
A vida que se “desnua”, se destece e envolve
a pobre e vil alma, presa à impotência da libertação.
Quero tecer a vida de liberdade, de beleza e compaixão.
Quero viver a vida que fora tomada como tiro de um arpão.
E nesse mundo “desmundo” de marionetes e carnifação.
Quero fugir. Correr. Gritar.
Quero ver sons. Ouvir cores.
Queimam-se sons, imagens, cordas, almas.
E não se vê nem se sente
O que há no imo da escuridão.
(Em 2010)