UM SAPO “GALINHA”

UM SAPO “GALINHA”

Moça, beija-me e virarei um príncipe encantado.

Que isso, seu sapo! Não sou nenhuma princesa!

A fim de que o seu encantamento seja quebrado,

precisa de um beijo de amor que vem da realeza.

Não tenho sangue azul, sou uma plebeia somente;

A não ser que mentem os livros dos contos de fadas...

Um duro rolo de macarrão acerta o sapo de repente.

Minha fêmea, Chega! Eu não quero mais pancadas!

Então, meu imoral marido, proceda como ser casado!

Moça, desculpe-me pela cena de violência. Entenda

A minha situação. Sou casada com esse anuro tarado.

Ele dá em cima de tudo quanto é fêmea, não emenda.

Esse sapo já namorou todas as fêmeas que têm no brejo.

Depois que ele ouviu de alguém uma absurda estória

de um sapo se transformar num príncipe com um beijo

não tirou mais essa baboseira ridícula de sua memória.

Usando de má fé, meu obsceno esposo utiliza tal fantasia

Pra enganar belas fêmeas humanas, inocentes como você.

Senhora sapo-fêmea, um ótimo ingrediente de bruxaria

Seu cônjuge pode ser; tal destino qualquer bruxa antevê.

Pare com essa ideia horripilante, minha querida humana.

Deixe-me em paz! Não vou incomodá-la! Já aprendi a lição.

Não existe ninguém no mundo digno do amor que emana

do meu ser. Ouviu bem, humana? Ninguém, sem exceção!

Quanto a você, sapo fêmea, não quero e nem vou mais apanhar.

Nosso casamento termina por aqui. Quanto aos nossos filhotes,

você não vai criá-los sozinha. Fique tranquila, pois irei lhe ajudar.

Se você me amasse de verdade, não me daria tantos piparotes.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 18/08/2012
Código do texto: T3837480
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