Tão, tanto, quanto!

 
Tão, que coisas pensam
Objetos meros decidem
Taças imóveis fissuram
Desejos urgentes afogam
 
Negações são inúteis
Motivos, saúvas indefesas
Estórias lindas são inaudíveis
Causas, apenas as indizíveis
 
Tão, que pupilas balançam
Com olhos que inquietam
Lábios tremem, emudecem
Mãos, dedos  se  atrofiam
 
Digo sobre a mentira, tão repugnante
que o tanto dissimulado de antes
quando balbucia a verdade do amor
experimenta o quanto podem os amantes





Imagem: Julia Roberts no filme: Comer, rezar e amar