O popular pingo.
Já imaginastes o mundo sem o pingo?
Aquele que bem conhece o escritor,
Lançado sobre a letra “i”, quase um respingo,
A sobra da tinta, um minúsculo servidor.
Por vezes quase não aparece,
Mas, ao aproximar a face, ele lá está,
O pequeno ser aflito, mas imponente
Gritando pelas graças de um olhar.
Se a escrita é rápida, fugaz,
Ele se transforma num risco, mimetizado,
Porém, se com calma o escritor o faz,
Sorri orgulhoso, sem pudor de ser arredondado.
Diante de tantos outros signos gramaticais
Ele resiste valente, mesmo sendo o de menor esplendor,
E tu escritor, que o ama docemente, não mintais,
Para o pingo és, com certeza, o que para nós é
“Nosso Senhor”.