Requinte
A vida acorda com a manhã, suave,
com o chão que provoca o sono a viver,
lá fora a brisa e o dia curto, a chave,
tudo pronto para o renascer não bruto.
As cenas em rascunho, são produzidas,
carros freiam, crianças despertam o sol,
das senhoras e sacolas, vindas e idas,
os termômetros de um amparo formal.
O desespero é a morte de cada segundo,
o mal de todos os vivos é contar o passado,
já respirar o presente é oxigênio profundo,
é processar o novo, o difícil de ser captado.
A vida rabisca e redesenha cada traço,
as manhãs e noites sempre no abraço,
para explodirem o dia seguinte, requinte,
beleza proliferada, fantasiosa no espaço.