Requinte

A vida acorda com a manhã, suave,

com o chão que provoca o sono a viver,

lá fora a brisa e o dia curto, a chave,

tudo pronto para o renascer não bruto.

As cenas em rascunho, são produzidas,

carros freiam, crianças despertam o sol,

das senhoras e sacolas, vindas e idas,

os termômetros de um amparo formal.

O desespero é a morte de cada segundo,

o mal de todos os vivos é contar o passado,

já respirar o presente é oxigênio profundo,

é processar o novo, o difícil de ser captado.

A vida rabisca e redesenha cada traço,

as manhãs e noites sempre no abraço,

para explodirem o dia seguinte, requinte,

beleza proliferada, fantasiosa no espaço.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 18/08/2012
Reeditado em 18/08/2012
Código do texto: T3836164
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