Poema duas caras

Quando nasci

Meu anjo Nataniel

daqueles bem cabeça

disse: Vai, Isa! Tirar essa craca!

Todo mundo espia todo mundo

e eu, a mim mesma.

Talvez o dia fosse mais legal

Se não me aparecesse tanto crica.

Queria eu ver cérebros azuis, verdes, rosas, amarelos

Mas naquele busão lotado de gentes

Só vejo cérebros de cor uniforme

Pra que tanta massa encefálica, Jesusinho, se ninguém usa!

O moleque atrás dos aparelhos eletrônicos

Da internet

Dos pais

Do mundo

Tem um milhão de pseudo-amigos

Meu Deus, tem internet aí no ceu?

Por que me abandonastes sem Wi-fi grátis?

Mundo mundo estranho mundo

se eu me chamasse Filisbina

Ia dar na mesma

Não gosto tanto de rima

Sabe, é que...

Esse uísque,

E essa caipirinha,

E essa vodca,

E esse cointreau,

E essa champanhe...

Me deixa mais séria do que sou.

Isabella Narcizo
Enviado por Isabella Narcizo em 17/08/2012
Código do texto: T3835270
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