POESIA

Poesia é para ser sentida, acariciada.
Amada como se fosse a  mulher primeira.
A sentir as delícias na alma como se fosse o primogênito.
Degustada ou não pelos sentidos, pelo intelecto.
Pouca importa! Contudo, não deve ser,
Jamais interpretada com o fito a dar razão aos versos.
Comentada, sim, em função do todo da obra,
Nunca generalizada, pois cabe ao poeta tal feito.
Pois não tem o leitor como experimentar,
Os mesmos anseios do poeta na hora de parir seus versos.
Nem os transes os quais se vêm submetidos,
Frenesis que brotam da alma em emoção icontida...
No afã de derramar as rimas que estão soltas na alma.
Não conhece o leitor seu histórico de vida,
Os seus anseios, seus sonhos...
Nem de como fala em sua poesia,
Como gostaria que fossem a vida e o homem!
De como fossem as coisas a nortear princípios...
No máximo creio, presente em cada concordância,
A poesia que cresce ou diminui diante de seus olhos
E aplaudem os vernizes das metáforas
A estética e a beleza dos versos, a apostasia!
Sente na pele a harmonia desencadeando emoções...
E vai saboreando ou não,
Gostosamente cada estrofe,
Como se fosse sua.

Albérico Silva