VIVO
Me perder em delírios é minha única arma contra a solidão,
Que eu mesmo inventei quando do mundo resolvi me isolar.
Porém, em meio a tantos flash´s me perco e interrompo qualquer situação,
Pois temo com quem e como, em sonho hei de me atordoar.
Despeço-me de cada segundo como se fora um século que se passasse,
Ansioso por um nada que nem sei, se, ou quando, há de chegar,
Implorando a Deus que alguém, o meu ego tocasse,
Mas evitando, se, por ventura, ousar de tentar.
Vou vivendo os meus dias contentando-me em ser apenas um resto de mim,
Que se esqueceu de como sua essência e realidade buscar.
E por isso, trocando os sonhos por pesadelos, para quem sabe assim,
A vida continue a pelo menos, diante dos meus olhos, passar.
Pois a dor que agora e desde outrora corta-me a alma,
É tão grande quanto o “eu” que se perdeu com o tempo.
Em conseqüência do fato de os meus princípios, conceitos, ideais e calma,
Não mais passarem de um pequeno sarcástico e dispensável tormento.
Sei que preciso acordar e recomeçar-me novo,
Mas nesse momento faltam-me as forças que para isto preciso portar.
Agora, já não me atrevo a galgar algo, desafios... Sequer me movo.
Para voltar a estar vivo, onde, que não em ti, minh’alma precisa estar?