ESQUECER

o livrador esquecimento

não demore de acolá da morte

e me rapine do norte em névoa

os meus puídos olhos, os padecimentos

este senso me evapore pelas bordas

sangrando de mim afora, os nomes

dos pecados torvos das alcovas...

eu me tope desprevenido

ao tiquetaquear ensandecido das horas

e o marulho do redentor olvido

não seja asilo de fazer-me de rogado

e desrespeite-me, confiado, os bramidos

de possa haver qualquer algo,

o mais delével vestígio a merecer-me abrigo...

Gê Muniz
Enviado por Gê Muniz em 16/08/2012
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