A fome
Detestar todos os seus segredos,
e inventar novos pecados imperdoáveis....
Avie-se pois vem o dia,
e há que se fazer boa figura,
para os portadores do perdão.
Em que mãos deixaste a redenção?
Talvez a terra acolha o amor,
na forma de um corpo sem vida,
que encerra um coração cego.
Mas ama-se pelo baço, não pela mente.
Sofre-se dores que estão logo alí,
nunca dentro do irrequieto desejo.
Céu, paraíso, todos nós inventamos...
e estes não estão onde o colocamos.
Plagiam o que de bom ainda resta,
de um tempo inconsciente, bem antes
de se poder entender o que é a finitude.
Avie-se, pois vem o dia,
e há que se entender de física e aneurismas.
Para os portadores da teoria da fome,
pergunte o que, de novo, reluz na noite....
em que mãos, abandonaste tua libertação?