Um Jazz com Asas Iridescentes
Meu sobrevoo em jazz nupcial
colhedor de alfazemas espaciais
me levam aos cimos periódicos,
soluçantes as montanhas a me espiar.
Meu sobrevoo, sobretudo é poesia
é a mão que ceifa corações melancólicos
me elevando aos zênites de uma cordilheira,
exorbitantes cabras montanhesas a me observar.
Meu sobrevoo, sobressaído do mesmo jazz inicial
semeador de cataventos coloridos e pérolas
me guiando nas retas-curvas desse desfiladeiro,
um rio me olha passear por sobre as falésias.
Meu sobrevoo, sangrias e rituais esvoaçantes,
meu destino incerto e minhas asas gastas;
meu silencio que ecoa entre as paredes do templo
e um desconhecido me cuida em meus passos.
Meu sobrevoo entre as estrofes apocalípticas
nas epístolas de um jazz do fim dos tempos,
minhas asas iridescentes ao entardecer
me libertam dos olhares do mundo.
Meus sonhos e sobrancelhas se juntam
aos meus sobrevoos de reconhecimento
voos de águia-alma liberta dos grilhões,
agora eu sou o homem que olha pela luneta.
Eu vejo os sonhos distorcidos se acomodarem entre as estrelas...