SEM VOLTA
Enfim meu rosto cansado e inerte descansa em paz
Mas ainda sinto suas lágrimas que lavam minha face
Neste obscuro momento de partida
Sem volta.
Posso mesmo assim sorrir dentro da alma
Que vive a alegria da eternidade
Nesse ocaso terreno ao findar dos anos
Mesmo após esse corpo sem vida.
Seu cheiro é ainda um sopro de juventude
Vivaz em mim como a embalsamar meu corpo
Para as profundezas do eterno
E a imensidão do infinito.
Suas mãos e suas lágrimas queimantes
Inebriado de seu choro profundo
Acalantam minha despedida com o sabor
Da essência verdadeira de um amor em plenitude
Eternizado.
Com seu gesto último em meu corpo
Tal qual o voo das gaivotas ao findar a tarde
Fecho os olhos para a escuridão do tempo
Para abri-los ao brilho da luz verdadeira.
Meu rosto cansado e inerte recebe seu afago derradeiro
Sua lágrima de incontida dor
Que segue adentrando em meu corpo
Sem volta.