Segredos dos versos que sem querer resolveram se calar
Meus versos se negam a ser escritos...
Não me perguntem o motivo... Não terei resposta, sou consciente disso...
Há dias que vinha notando certa melancolia, uma timidez ao pegar a caneta. O papel, nem sempre estava lá, disponível. Parecia que de alguma forma se escondia e me privava da sua companhia...
E a caneta, então... “Minha fiel escudeira”, não me abandonou, mas, se recusou a escrever...
Encontrei-a por certo, no lugar de sempre, porém, nem sinal de escrita...
Depois de muita procura...
Eis que encontro o papel lindo, em sua alvura...
E eu, ansiosa, peguei a cadeira, postei-me a mesa, mas veja só, que decepção!
O papel em branco me desafiava e eu não conseguia escrever uma palavra sequer, uma frase que fosse, nem com todo meu esforço...
Desistir, ele me venceu!
Me levantei, cabisbaixa... Andei circular pela sala... Mas de repente, encarei!
E comecei a vagar...
Pensei nas estrelas do céu, no brilho do luar,no sorriso da criança sempre a nos encantar...
Fiz as pazes com o papel e ele deixou-me transcrever tudo o que mi’ alma deixava transparecer...
Marcas de solidão,
Abandono,
Resistência...
Tentei fugir das palavras, me ausentar definitivamente...
Descobri uma verdade, cheia de contentamento: As palavras são para mim o meu melhor alimento!