Segredos dos versos que sem querer resolveram se calar

Meus versos se negam a ser escritos...

Não me perguntem o motivo... Não terei resposta, sou consciente disso...

Há dias que vinha notando certa melancolia, uma timidez ao pegar a caneta. O papel, nem sempre estava lá, disponível. Parecia que de alguma forma se escondia e me privava da sua companhia...

E a caneta, então... “Minha fiel escudeira”, não me abandonou, mas, se recusou a escrever...

Encontrei-a por certo, no lugar de sempre, porém, nem sinal de escrita...

Depois de muita procura...

Eis que encontro o papel lindo, em sua alvura...

E eu, ansiosa, peguei a cadeira, postei-me a mesa, mas veja só, que decepção!

O papel em branco me desafiava e eu não conseguia escrever uma palavra sequer, uma frase que fosse, nem com todo meu esforço...

Desistir, ele me venceu!

Me levantei, cabisbaixa... Andei circular pela sala... Mas de repente, encarei!

E comecei a vagar...

Pensei nas estrelas do céu, no brilho do luar,no sorriso da criança sempre a nos encantar...

Fiz as pazes com o papel e ele deixou-me transcrever tudo o que mi’ alma deixava transparecer...

Marcas de solidão,

Abandono,

Resistência...

Tentei fugir das palavras, me ausentar definitivamente...

Descobri uma verdade, cheia de contentamento: As palavras são para mim o meu melhor alimento!

val cunha
Enviado por val cunha em 14/08/2012
Reeditado em 14/08/2012
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