Espectro

Vedes que tu és ser da estrada

lânguido espectro diáfano,

da fria madrugada.

Que dizes desta espada,

qual rasga o teu corpo

e o sorriso absorto

que banha tua face?

Vai, vês se acaso nasce

do breu desses olhares

o júbilo que sonhaste.

Tu és ser das sombras

vagando sem destino

afogado até o pescoço

no mar do desatino.

Vai, vês se acaso nasce

do ventre infecundo,

as notas que embalem

as cores do teu mundo.

Não sejas diuturno

já que das sombras veio

enlace sem receio

esse mundo fusco.

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2012.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 14/08/2012
Código do texto: T3829277
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