ESCREVO...
Escrevo... Canto as horas de amargura.
Ah! Não queria falar de desventura,
mas meu coração é prenhe de ilusões perdidas!
Escrevo cantando quimeras liriais,
sonhando amores puros e leais,
num mundo de maldades sem medidas!
Escrevo... Canto o eterno sofrimento.
Ah! Não queria falar deste atroz tormento,
mas meu poema só verseja amor com dor!
Escrevo, então, para fugir de uma verdade,
esta canção que enaltece toda a imensidade
da natureza, repleta de esplendor!
Penso em cantar o azul do mar,
o verde da floresta, a prata do luar,
a brisa que sussurra em doce acalanto!
Quero cantar a tarde que morre em letargia,
o horizonte sumindo, as estrelas, toda a magia
do etéreo manto a acompnhar este meu canto!
Mas... No fundo são recordações que eu canto...
Lembranças do teu corpo, do teu mágico encanto,
do teu beijo, do teu pranto que ficou a rolar!
Escrevo e canto sim... Mas o que canto no fim,
é só este imenso amor que permanece em mim,
e que o destino não deixou-te amar!