Liberte-me
Liberte-me das suas algemas
Destas míseras contradições,
Dos teus sonhos e dilemas,
Destas indivisíveis emoções
Liberte-me das suas paixões
De seus penhores carnais,
Dos rostos pelas multidões
Desses conceitos surreais
Liberte-me das suas idéias,
Dos restos das lembranças,
Das suas terrenas matérias
Destas imortais esperanças
Liberte-me de seus retratos
Dos seus beijos indivisíveis
Destas tuas teorias e fatos
Das suas sombras invisíveis
Liberte-me das suas ações
Do teu existir em conflito,
Destas tantas recordações
Já não sereia apenas mito
Liberte-me do passado,
Voarei pelo alto declive,
Você já está enterrado
E eu estou agora tão livre