Cárcere...
num cárcere de letras
sonha a carne minha
tocar no fio do espelho
o doce gume da poesia
do etéreo, desejo sins,
já não importam-me os pés
nessa fuga de minha terra
corto caules, corto elos
ilusão dos ombros meus
carregar entre as sombras
o sopro daquele poema
ainda feto, ainda infecto
ao fogo de tantas lágrimas,
insisto, nada existe, nada resiste
farta a palavra entre os dentes
num grito mudo, cala-se, espera
só mais um passo
só mais um corte
enfim deixar o cárcere
matar da poesia, a carne....