SINFONIA ANIMAL

Na alta noite adormecida,

Sem voz humana a se fazer ouvida,

Em surpreendente harmonia

Bichos compõem maviosa sinfonia

Que se achega de alcova não compartilhada.

Um canto

De acalanto

Para a mulher em vigília forçada.

No leito, do corpo inquieto

À espera de improvável afeto,

Carne, ainda que por ínfimo descansada

Na polifonia inesperada

Dá-se por recompensada.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 12/08/2012
Reeditado em 29/03/2013
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