Indigestão Poética

Pela mínima vergonha pura

Do corpo guardado em cofre,

Do mau jeito, de má sorte;

Como suicida que se empurra,

Tal qual faca que se esmurra

De um destino incerto ao norte.

Corpo santo acabrunhado

Com prazer de tenras unhas

De minhas trovas que eu compunha

Cambaleado no espaço,

Na torta linha e no compasso

Tão descompassado dessa dor que me embrulha.

Reação acelerada, dose feita...

Uma tal dor-de-barriga poética:

Em mim sobra o que em ti não resta,

Nossa medida quase perfeita!

Vomito-te as palavras eleitas

Do corpo mais que perfeito.

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 12/08/2012
Código do texto: T3827129
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