A Preguiça
Ladra boça covarde
Que verborrage da mente insana,
Da preguiça temporária
E da veste templária,
Consoante à vã tebana,
Conforme ao lácio alarde.
Boca, pelo canto, quebrada
E assassinada a mão infame
Que acolhe o vislumbre bocejo
Da manhã de um suave ensejo;
Arrebol, doce derrame,
Que reclama da língua cansada.
Despropositado argumento
Frio, malogrado e ríspido assunto
Que, pra refugiar-se no regaço das coisas,
Ampara-se por sob boinas,
Que escondem os olhos mortos para o mundo
Tão disperso em sentimento.