sílabas em seu fino véu e gesto acabam de cair...

dar-te-ia um exílio

uma casa com nuvens e sol

um lar para tua alma

pernoite com café da manhã

comprando o jornal

e o hoje em letras minúsculas

e tu voas amor de todo tempo

um evangelho resguarda tua pele

tua unha veste os caminhos

(como um quadro de Frida)

dar-te-ia uma rede

para caçar moinhos de vento

esses, que escapam de seus olhos

o mais obstinado perfume

urrando o inferno de tua boca

com uma faca entredentes

suspirando um céu de intensidades

dar-te-ia o tempo

mas é um mero gracejo em movimento

mal se dá conta que cabe em uma bolsa

como um poema bupreste

mas tu... tu eras homem eterno

e te queimei sem luto

e teu rosto sereno de tempo algum

recolhe desatinos

despertando em mais uma manhã do meu peito

como quem espera o chamado de um voo

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 12/08/2012
Código do texto: T3827034
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