Fotos na Parede
Carregarei eternamente
esta sensação que vive
dentro do meu peito?
Sensação que rasga-me aos poucos
e une-me lentamente.
Não-sei o que sinto, apenas pressinto,
faz parte do meu mais puro instinto.
Mas qual?
O de amar? Lutar? Suportar?
Tenho algumas histórias para contar,
desejos para sanar e uma longa
estrada para caminhar.
E esta sensação.
Invade meu coração, luta para lá permanecer,
mas é enxotada, ridicularizada, esmagada!
De mandinho se instala.
Talvez seja o amor, mas como?
Amo tudo que me rodeia.
O canto dos pássaros que mesmo
na escuridão, eu sei que lá estão
em seus galhos a repousar.
Amo o sol que surge ao amanhecer,
a lua que ao anoitecer bilha em seu lugar.
Amo a dor, com ela aprendo a ficar mais forte,
a solidão, que ensina a dar valor a quem esta
ao meu lado. As lágrimas, pois se rolaram
é porque valeu a pena e assim aprendo
a conviver com a saudade e o vazio que restou.
Acredito que seja realmente o amor,
mas um amor puro, incompreensível.
Aquele amor que não vai cobrar,
tão pouco fazer chorar, que invade
sem controlar. Vai instalar-se e mostrar a paz,
vai fazer amar até a minha hora chegar.
Olhar as fotos na parede e pensar
nos dias em que vivia sem cobrar, sem nada esperar.
Apenas seguindo em frente com o meu desejo ardente,
que não machuca, mas da forças e esperanças.
Este amor que hoje me machuca,
impede minha luta, mas não deixarei de amar,
a parede irá mudar, novas fotos colocarei,
lembranças doces e amargas, tanto faz!
Devo viver, sofrer, colher e voltar a viver,
com ou sem você, apenas sei que mais alguém irá aparecer.
E...quando este alguém aparecer,
talvez saiba o que fazer,
mas serei diferente,
cicatrizes e amarguras
deverei mudar a partitura,
trocar a chave da fechadura,
mas as fotos na parede deixarei
elas sempre irão mostrar-me
como um dia eu errei.