Este sou eu.
Do pó esmerilhado
ao aço forjado
este sou eu,
este sou eu.
Do barro modelado
ao vaso reformado
este sou eu,
este sou eu.
Do lombo robusto
ao sangue astuto
estou sou eu,
estou sou eu.
Do coração em devaneio
para as mãos dadas em passeio
estou sou eu,
estou sou eu.
Sem vontade, sem capacidade
sem liberdade, escravo de uma vontade
sem poder limpar ou lavar
este sou eu.
Sem escolha
com algemas por todos os lados
escrevo algemado
sem escapatória, em nalgum lado.
Sem arbítrio
caindo num precipício
tanto bom quanto mau
este sou eu.
- E agora - resgatado, lavado
curado, salvado
talvez futuramente martirizado
este sou eu.
Não mais daquele jeito
todo refeito
benfeito
soberanamente, a tudo sujeito.
Este sou eu,
este sou eu, nas mãos do grande EU Sou.
[11/08/12]
Cesare, em tudo capacitado pelo Senhor