A Dama de Branco

Tua feição tão pálida e cristalina

Embriaga-me o meu ser

Quando tua pureza de menina

Faz meu espírito morrer!

Sinto teu beijo de anestesia

Abraçar-me com maciez

Curar toda a minha melancolia

Diante desta tua palidez!

Se meus olhos são tão arredios,

E a dor ao peito é tanta

Foi porque na fronte suores frios

Orvalharam essa garganta!

Já não consigo senão deixar-te

Mesmo que não esteja viva

No sonho haveria de abraçar-te

Minha branca e doce diva!

Quanto amor e quanta paixão

Ferve em meu semblante,

Quando se esgota a palpitação

Do teu efeito debilitante!

Por estas veias apenas a dose,

De uma cândida heroína,

Amortalha o sorriso na overdose

Do pó branco da cocaína!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 11/08/2012
Código do texto: T3824381
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