::: Léxico :::

Recorre ao léxico para tentar convencer

Como todo sujeito nada simples

Tão composto de meias verdades

Partes desiguais tentando resolver

O problema da pontuação excessiva

Coloco uma vírgula. Coloca um ponto.

E sem querer transforma o fim no recomeço.

No breve desfecho que parece regredir

Reviravolta das frases feitas, perfeitas, aceitas.

Frase que começa para não ter mais fim

E então, na curva do cedilha adormeço

E esse é o preço das palavras enraizadas em mim

Faz de conta que acontece, a história de nós dois

Faça uma prece, reze baixinho e o resto vem depois

Para 'felizes para sempre', tem muito 'sempre' ainda por vir.

Vai! Deixa a lua brincar de te ensinar a sorrir.

Rege a razão como se fosse o princípio vital,

mas sempre coloca em palavras sua emoção gramatical

E não entender, é conceito de sujeito indeterminado

De reticências, de apostos extravagantes, gritos poéticos

E o que mais? Só palavras. Só palavras. Nem tanto!

Depois de você e eu, tem sempre uma conjunção

Já percebeu? Pois então.

Pena que é adversativa ou explicativa

Sem expectativa nenhuma.

Proporcionais.

Á medida que se gosta, mais sofre. Mais chora, mais morre.

Paradoxos sentimentais.

Admite aí: somos sujeitos totalmente complexos.

Mistura o léxico e perceba uma coisa...

Somos toda a bagunça do dicionário

Mesmo iguais, somos contrários

Esse é o contexto da vida, que fica

Coerente ou não.

O que importa são mesmo os verbos

De estado ou de ação.

Mas não liga não

A dúvida sempre termina...

Na nossa conjugação.

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 09/08/2012
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