Pelas asas navegáveis do meu ser
E dentro das asas
Navegáveis do meu ser
Busquei-te nos confins do coração
Pra transformar a casa
Deste que fugiu
De tudo que era em vão.
E te dei as mãos
E me destes um braço
Pra acalanto
E do velho traço
Uma nova canção.
E te pintei no novo verso
E te criei por um segundo
Num traço fostes minha
E num ponto, solidão.
E não sou
Mais que um grão de areia
Que a teu dedo grudou
Quando tentavas rabiscar um sol
No chão que a chuva molhou.
E pelas asas navegáveis do meu ser
Prendi-me por correntes
No abismo maior do teu querer
Não por imposição,
Apenas por prazer.