olhar transcendente

A janela partiu-se, rompeu-se

Pelo destino incauto, e pelo

desejo vasto que lhe cheirava

Os vidros...e pelos mendigos

De mãos estiradas que no cair

Da noite suplicavam

Um naco de oração.....

O vento sopra, e nada mais

Do que isso, sem poesia

Apenas sopra e leva ao

Seu destino o cheiro dos

Lugares que passou...lugares

Já mortos, onde enfileirados

Caixões esperam seus detratores...

E os homens que se julgam

Sadios são paraninfos e faz

De seus mundo sua própria

Alegoria....

E à janela, a mesma janela

Que antes, rosas molhadas

E silêncios prateados tocavam

Suas frestas, passa homens

Empertigados, fingidos homens

Empertigados...e eu os acolho..

Dou-lhes um beijo, um abraço..

Entretanto, cuspo em suas caras....

Com a janela estilhaçada

O susto passou, a vida se revelou...

O espanto maior veio, foi quando

O sol tomou conta da sala, dos

Quartos, dos banheiros.

E eu me revelei! Eis em mim

um olhar que trascede!...

A verdade não era o que estava

Lá fora fuçando as estrelas...

Era a janela, que agora, cacos,

Não me parece coisa séria...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 07/08/2012
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