Desintegração
No day after
Da tua desintegração,
O Sol apareceu soberano
No espaço tomado pela radiação
Que imperava sobre os organismos
Sem mais ser notada.
Tua presença era sentida
Nas ruínas das recentíssimas
Civilizações extintas.
O botão vermelho foi o pretexto
Para vomitar o mal-estar
Da civilização.
A flor de lótus
Despetalou-se,
Despetalando-te
Em lepra radioativa
A te desintegrar.
No dia seguinte
À tua desintegração
O mundo anoiteceu
Em uma estranha paz
Em plena luz do dia.
(Danclads Lins de Andrade).
Obs.: Às pessoas vitimadas pela bomba atômica que caiu em Hiroshima há 67 anos...