O Poeta da Dor (Dedicado a Diego Martins)

O poeta da dor

Porque tua fronte esverdeada

Descansa sob este copo vazio,

Levaste poeta a vossa amada

Ao teu sepulcro aberto e frio?

Contudo a musa dos amores

Beijo-te o pálido ressequido

Honrou-te o pranto de dores

Ao teu epitáfio envelhecido?

Quisera talvez a face em dor

Sussurrar todo seu pranto,

Sorver nos teus lábios o licor

Pesaroso do frígido acalanto

E quanto à vida extinguir-se,

Entre seu peito moribundo,

Diria para morte ao sorrir-se

Morri sem amar este mundo

Bem vale um copo a mesa

Do que corar tua piedade,

Em uma vaporosa beleza

Da nota triste de saudade

Poeta essa é a tua ventura

Daquele que anseia viver,

Uma nódoa negra e impura

De ser lido para não morrer!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 07/08/2012
Reeditado em 08/08/2012
Código do texto: T3817566
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