SUBTERRÂNEOS...
Quero conhecer nossos subterrâneos
Os rios que correm por teu vasto interior
Os abismos desse meu mais recôndito ser
Quero delinear nosso antagônico horizonte
Descortinando essa minha voraz vontade de ti
Os versos de teus desconhecidos reversos
As mais íntimas e desnudas retrospectivas
Os mais ousados instantes de tua liberdade
Toda sagacidade dessa tua verve evolutiva
Todo esplendor de teu oásis em meu deserto
Para onde flui meu irrequieto pensamento
E transborda de imagens minha imaginação
Nos lúdicos momentos onde me reconheço
Nas loucas horas desse relógio invisível
Onde os ponteiros trabalham em silêncio
E os segundos são séculos de interrogações
Na prisão onde o tempo faz morada em mim
Pressinto a ruptura cercear minhas convicções
No desatino das horas vazias em teu tempo
Busco alucinadamente o som de teu silêncio
Uma palavra em teu livro de páginas em branco
Um murmúrio que fosse de tua instigante voz
E não nas escritas feitas para além de mim
Onde soçobra minha infinda esperança
E aonde morre o que já não germina em nós
Nasce o novo deslumbre em terras tuas
E se entregas com todo furor á tuas vontades
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