= Alma Vazia =

Acordei meio abafado

O meu peito em agonia

Procurei a poesia

Esbarrei-me no vazio.

Busquei o amor

Em todas as suas formas e dimensões

Entristeci!

Lembrei-me dos adictos (dependente químico)

E os alcoólatras

São tão julgados e discriminados.

Limitados são os mecanismos de ajuda

Menos ainda é o amor

É fácil marginaliza-los

Difícil é ama-los.

Também os nossos velhos

Que tanto semearam, colhendo balaios de sabedoria

Hoje colocada em desuso.

Sofredores do abandono

“vivem” em “obrigatoriedade” nas famílias

Às vezes jogados em asilos aguardando a morte.

Triste fim... Onde esta o amo?

As crianças...

Algumas nasceram em berços de ouro

Seus carinhos são terceirizados

Completamente órfãos pelos compromissos sociais

E a ganância pelo dinheiro

Crianças longe de ser priorizadas.

Pobres crianças ricas, sem nenhum vínculo com o amor.

Quantas crianças na rua

Maltratadas, prostituindas, drogandas

E tão pouco ou nada se faz

Não por falta dinheiro, na verdade, pela ausência do amor.

Lembrei-me de um fato há tempos ocorrido;

No Nordeste sofrido e querido

Uma menina pequena que não tinha o que comer

Desnutrida pela fome

Olhou tristemente para sua mãe que também padecia e disse:

“mãe será que lá no céu tem pão”

Estas foram as suas últimas palavras.

Pouco ela conheceu da vida e dos homens

E o que viu, com certeza não gostou.

Meu Deus, quanto sofrimento, aqui na terra, por falta de amor.

Tem também o amor amado

Amor enamorado

Amor polido a cada dia

Amor que retira os espinhos antes de ofertar a flor

O amor é tão simples que é difícil compreendê-lo.

Tudo é encantamento, quando o tempero é o amor.

Tonhotavares.

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 06/08/2012
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