= Alma Vazia =
Acordei meio abafado
O meu peito em agonia
Procurei a poesia
Esbarrei-me no vazio.
Busquei o amor
Em todas as suas formas e dimensões
Entristeci!
Lembrei-me dos adictos (dependente químico)
E os alcoólatras
São tão julgados e discriminados.
Limitados são os mecanismos de ajuda
Menos ainda é o amor
É fácil marginaliza-los
Difícil é ama-los.
Também os nossos velhos
Que tanto semearam, colhendo balaios de sabedoria
Hoje colocada em desuso.
Sofredores do abandono
“vivem” em “obrigatoriedade” nas famílias
Às vezes jogados em asilos aguardando a morte.
Triste fim... Onde esta o amo?
As crianças...
Algumas nasceram em berços de ouro
Seus carinhos são terceirizados
Completamente órfãos pelos compromissos sociais
E a ganância pelo dinheiro
Crianças longe de ser priorizadas.
Pobres crianças ricas, sem nenhum vínculo com o amor.
Quantas crianças na rua
Maltratadas, prostituindas, drogandas
E tão pouco ou nada se faz
Não por falta dinheiro, na verdade, pela ausência do amor.
Lembrei-me de um fato há tempos ocorrido;
No Nordeste sofrido e querido
Uma menina pequena que não tinha o que comer
Desnutrida pela fome
Olhou tristemente para sua mãe que também padecia e disse:
“mãe será que lá no céu tem pão”
Estas foram as suas últimas palavras.
Pouco ela conheceu da vida e dos homens
E o que viu, com certeza não gostou.
Meu Deus, quanto sofrimento, aqui na terra, por falta de amor.
Tem também o amor amado
Amor enamorado
Amor polido a cada dia
Amor que retira os espinhos antes de ofertar a flor
O amor é tão simples que é difícil compreendê-lo.
Tudo é encantamento, quando o tempero é o amor.
Tonhotavares.