Das palavras que me escapam...
Desfaço-me em palavras
Palavras caem de mim enquanto caminho
São cuspidas
E vomitadas
Acordo em uma cama quase livro
Ando e meus pés escrevem uma história sem fim
Escrevo e o que sae não é nada perto do que me foge
Perto daquilo que transpiro e deixo escapar
Pingam das pontas dos meus dedos
Caem do meio de meus cabelos
Minha poesia transbordante
Morre e escapa a cada dia
Ai de mim ! Presa nesse corpo mortal
Que não suporta a katarse dos sentimentos e das palavras
Que enlouquece a cada linha não escrita
castigada a viver com a poesia entranhada em mim
mas com um corpo que não consegue acompanhar a alma
alma cativa
cativa de asas, de liberdade, de luz
que morre enclausurada nesse saco de carne, ossos e sangue
enquanto perde palavras....
e a própria língua se enrola
ao tentar expressar tudo que alma deseja
e as mãos pequenas e frágeis não acompanham o ritmo frenético da mente
e os olhos simplesmente deixam perder palavras
e morro a cada dia assim.....
enquanto despedaço minha alma em palavras
e renasço em poesia!