Fingimento
Eu curvo a esquina e vejo
O semblante da noite que
Se escapou de algum rosto
Já morto, que escondido
Do olhar frio, se afundou
No vale que existe nos
Desertos...nos casos incertos
Nos cheiros que vagam
Nas casas de carne, nos
Bancos da praça que se
Iguala á fome que ainda
Nos engole, que nos come
Como vampiros, almas,
Como o filho, o amor...
E como a vida, a dor....
Eu curvo a esquina e fico
Impregnando desse cheiro
De morte, desse gosto
Estragado que dos olhos
Curioso, nos avança, e
Como destroços de uma
Queda nos abana como
Se tudo isso fosse alegria....