Fingimento

Eu curvo a esquina e vejo

O semblante da noite que

Se escapou de algum rosto

Já morto, que escondido

Do olhar frio, se afundou

No vale que existe nos

Desertos...nos casos incertos

Nos cheiros que vagam

Nas casas de carne, nos

Bancos da praça que se

Iguala á fome que ainda

Nos engole, que nos come

Como vampiros, almas,

Como o filho, o amor...

E como a vida, a dor....

Eu curvo a esquina e fico

Impregnando desse cheiro

De morte, desse gosto

Estragado que dos olhos

Curioso, nos avança, e

Como destroços de uma

Queda nos abana como

Se tudo isso fosse alegria....

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 06/08/2012
Código do texto: T3816598
Classificação de conteúdo: seguro