solidão

vibra-se ao dormir

do olhar que do frio

se fez homem, que da noite

se fez gosto, e quedo silêncio

se fez vida...

encosta-se ao jeito

que da vida se deixou

ser. Do corpo que se deixou

morrer e da angustiada

frigidez do estômago...

do sentir que se fez

gente, do viver

quase sempre, incontente!

e o cercado rompe

ao saber da eterna saudade

dos idos prisioneiros

do tempo, que de capuz

e rebeldia, arrastou-se

pela terra em busca

de comida...

numa garrafa transparente

os acontecimentos se exibem

como faca cinéreas

que cortam o pouco ração

que ainda nos resta...

solidão....