Eis meu castigo


Por um pouquinho de revolta,
Só porque soltei os cabelos e bati a porta
E peguei a estrada sem olhar para trás...
Seguindo descalça sentindo as pedras, os capins
A terra quente...
Para ser despertada... Ser sacudida para a realidade.
 
Permanecer no teu leito macio e aconchegante me cegou por instantes...
Fugi...

Quis ficar só comigo, ouvir somente a mim
Envolvida no meu silêncio...
Horas e horas sem dar notícias, sem mandar mensagens, abandonando as tuas pretensões, os teus caprichos...
A paixão!
 
Eis meu castigo...
 
Agora não sei por onde andas...
Sinto falta do teu beijo, dos carinhos, das palavras atrevidas...
 
Como castigo, o vazio, a ausência, a dificuldade de respirar por não te ver...

Inalo o vento, que me invade queimando, a procura do teu  perfume, mas o cheiro absorvido se chama saudade, que  aponta a direção e ríspida me ordena... Vai, corre atrás, não perca tempo!

Não pode perdê-lo sem razão...
 
Volto à estrada e desta vez calçada, para ir de carona num caminhão...
Boba que sou... não existe estrada que me levem até você... Apenas água, água de rio...

O castigo maior é hilário...
não sei nadar e enfrentar o rio bravio...
 
Como faço para pegar carona em um navio...?



MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 06/08/2012
Reeditado em 06/08/2012
Código do texto: T3816462
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