Cabelos de Sol

Esperava que me respondesse o mundo

tão indiferente de mim um pobre moribundo.

Se aprouver que lhe conte minha história,

é com pena que rabisco minha memória.

Estava eu só nas andanças de primavera,

perdido no limbo da mente em minha era.

Esperando que um dia o céu tocasse o chão,

sem alarde corou-me de vermelho a paixão.

Era ela de Sol em fios de cabelo,

nem precisava de mim um breve apelo.

Eis que eu, bandido de pura sorte,

agora estou correndo risco de morte.

É por causa dela, e só por causa dela

que agora meu corpo inteiro gela.

Não posso vê-la pela luz que irradia,

nem talvez à Lua que nos viu um dia.