Eu sou ninguém III
Meus pensamentos voam...
Voam, sem rumo, sem direção.
Estão perdidos nos descaminhos do meu eu.
E eu, quem sou?
Não reservei-me o direito de saber
ou será que o neguei.
Não seria ridículo tê-la como hipótese, obsessão.
Quem sou eu?
E meus pensamentos voam,
sem destino, sem direção,
desabrigados, famintos...
Seguem eles a procurar por mim.
E eu contrariando a tese existêncialista,
já não sou ninguém.
Ou sou um fruto apodrecido,
talvez um cadáver em plena decomposição,
algo que surgiu no tempo
e com tempo desapareceu.
E meus pensamentos voam,
sem rumo, sem direção.
Para onde?
Até quando?
Uma incógnita nos descaminhos
e já perdidos, confusos,
não retornam... Seguem sozinhos.