Eu sou ninguém III

Meus pensamentos voam...

Voam, sem rumo, sem direção.

Estão perdidos nos descaminhos do meu eu.

E eu, quem sou?

Não reservei-me o direito de saber

ou será que o neguei.

Não seria ridículo tê-la como hipótese, obsessão.

Quem sou eu?

E meus pensamentos voam,

sem destino, sem direção,

desabrigados, famintos...

Seguem eles a procurar por mim.

E eu contrariando a tese existêncialista,

já não sou ninguém.

Ou sou um fruto apodrecido,

talvez um cadáver em plena decomposição,

algo que surgiu no tempo

e com tempo desapareceu.

E meus pensamentos voam,

sem rumo, sem direção.

Para onde?

Até quando?

Uma incógnita nos descaminhos

e já perdidos, confusos,

não retornam... Seguem sozinhos.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 14/02/2007
Reeditado em 29/12/2009
Código do texto: T381517
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